segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Mil novidades, zero resultados!

Às vezes não me apetece escrever, mal me apetece falar e tento evitar pensar! Por isso, ocorre passarem alguns dias sem que deixe notícias do Gonçalo, ou melhor da evolução deste longo processo que nos envolve a ambos e, necessariamente à nossa família. Por esta razão as minhas desculpas! Todos os dias me vou esforçar por não perder as forças e deixar notícias.

Pelo que parece a mãe do meu filho, representada por advogado foi ao processo judicial, ainda durante o verão, pouco depois de ter faltado, sem justificar à conferência de pais, afirmar que tinha prevista uma viagem a Portugal para meados de Setembro! Nem cheguei a saber desta promessa e, ainda bem. Pelo menos assim fui poupado de novas e falsas esperanças de ver o meu filho num período determinado. A verdade é que, sem pudor, no dia 24 de Setembro deu entrada novo requerimento da mãe do Gonçalo nos termos do qual lamentava a impossibilidade de vir a Portugal como tinha previsto e…pasmem, afirmava que vinha no período compreendido entre 15 e 30 de Dezembro! Alguém acredita nesta nova promessa de viagem? Como bem ouvi dizer: mais uma manobra dilatória com o único propósito de não cumprir o estabelecido no acordo homologado em Tribunal.

Uma vez mais é demonstrado o desrespeito pelo Tribunal, pelo Estado Português, por mim, pelo Gonçalo. E, como se isto não fosse suficiente ainda se atreve a afirmar que, naquele período de 15 dias não poderá ser prejudicado o convívio do Gonçalo com os avós maternos! Ora essa!? Estarei louco ou isto já está a ultrapassar os limites do razoável e do bom senso? Será a intenção deixar-me completamente fora de mim?

É evidente que não acredito nesta anunciada viagem com chegada marcada para antes do Natal e partida definida para antes do novo ano! Aliás, mesmo que essa fosse a intenção da mãe do Gonçalo não a posso admitir. Em Novembro, dia 21 fará 14 meses que não vejo o meu filho e, como é evidente quero vê-lo já!

Desde há meses, como sabem aguardo que este nosso processo judicial avance, aguardo que seja tomada uma decisão e estou cada vez mais disposto a tudo para rever o Gonçalo e poder viver, para sempre como pai!

Estou exausto! Farto mas, não perco as forças e continuarei a lutar por uma decisão justa e equitativa. Vou pugnar por esta decisão até às últimas instâncias sem sucumbir ao cansaço.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

...o papa está zangado contigo?


Num dos finais de semana que o Gonçalo passou lá em casa, já depois de eu estar com Xana e antes dele viajar para Angola, aconteceu uma situação que teve especial graça e, em simultâneo nos deixou surpreendidos! Hoje, ao amanhecer, enquanto nos estávamos a arranjar para sair lembrei-me deste episódio e decidir partilhar sem saber se me estou a repetir.
A Xana estava na varanda da sala de jantar com o meu filho, estavam sentados a conversar enquanto eu estava no quarto a tratar umas fotografias no computador. No meio da conversa entre os dois surgiu a necessidade de me perguntarem algo. Como a Xana estava a tratar dos pés, em vez de irem ter comigo ela chamou-me pelo meu nome. Não a ouvi e, por isso não respondi! Como lá em casa temos o hábito de falar baixo e é regra não andar aos gritos a chamar uns pelos outros, a Xana não insistiu e, percebendo que eu não tinha ouvido pediu ao Gonçalo se me podia ir chamar. O meu filho abordou-me e perguntou: "Papa, estás zangado com a Xana?" Eu, naturalmente respondi, "Não filho, claro que não mas, porquê?", disse-me o Gonçalo "Não ouviste chamar-te? A Xana chamou e tu não lhe respondeste!". Lá me justifiquei o melhor que pude porque realmente não tinha ouvido e, confesso fiquei surpreendido com a observação. mais tarde, pela Xana vim a saber que o meu filho lhe perguntou, mal ela desistiu de me chamar se eu estaria zangado com ela!
As crianças são fantásticas e demonstram preocupações que...deveriam ser só dos adultos!
Hoje, ao fazer a análise deste episódio tentei encontrar uma razão para aquela preocupação do meu filho. Não consegui mas, filho, fica tranquilo porque a nossa família não se zanga nunca :) Como é normal, podemos ter os nossos momentos de discordância, amuar por minutos talvez mas...zangados nunca!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Às mães: Obrigado! Filipa...PARABÉNS :)

Aos 34 anos, a olhar para o lado e até mesmo para mim, sou forçado a concluir que as pessoas são pouco solidárias e não reservam muito tempo para além das suas próprias vidas e das vidas dos seus familiares. Há muito que havia tirado esta conclusão! No entanto, recentemente, ao observar com cuidada atenção as mensagens que me foram deixando neste blog percebi que resistem ainda um parco mas grandioso número de pessoas que acreditam, confiam e não hesitam em “dar” sem esperar “receber”.
Hoje a minha homenagem vai para todas as mães que, desde o início, sem me conhecerem pessoalmente acreditaram em mim, me fizeram sentir apoiado, acarinhado e, principalmente ouvido! Hoje a minha homenagem é para voçês que “voando pela vida” me entregam parte do vosso tempo e tanta amizade. Hoje, especialmente um bem haja à nossa querida amiga FILIPA. Parabéns Filipa! Um feliz aniversário e, muito obrigado por seres tão amiga, tão cúmplice, tão solidária e carinhosa com o meu amor pelo Gonçalo. www.voandopelavida.blogspot.com
A todas as mães obrigado pela vossa atenção, obrigado pelo alento, obrigado!
A ti querida Filipa, obrigado por seres especial. Que sejas, para sempre feliz! Parabéns.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Fotografias!

A fotografia eterniza o momento e permite, sempre que queremos avivar as memórias! Quando saímos de casa, eu e o Gonçalo, praticamente não trouxemos bens materiais. Simplesmente saímos, como sabem durante a madrugada e, mesmo depois foram muito poucos os bens que trouxemos. Tudo ficou lá por casa. A casa onde, um dia fomos felizes! Ficou o mobiliário, as televisões, o sistema de som, as aparelhagens, muitos cds, alguns livros, o bandolim que me havia sido oferecido pelo meu avó paterno, os fatos de artes marciais…enfim, por lá ficaram objectos com e sem importância. Alguns com demasiado valor e outros que me era indiferentes. Valor sim mas, não um valor material e sim um valor emocional. Apesar da perda de tantas coisas que, na verdade traduziam toda uma vida, a minha vida, apesar da perda de bens que me acompanhavam desde a infância, não deixei uma coisa: os três álbuns de fotografias desde a gravidez da mãe do Gonçalo até aos 3 anos de idade do nosso filho! Ainda bem que os trouxe comigo e que até hoje os preservo.
Ontem, sentado no sofá estive a ver todas aquelas fotografias com a minha actual esposa e, confesso sorri e dei gargalhadas. Em conjunto decidimos manter os álbuns intactos. Ali ficam, para um dia poder entregar ao Gonçalo todas as fotografias, até mesmo aquelas em que estamos os dois, pai e mãe, na altura marido e mulher. Confesso que a minha intenção é garantir que o meu filho possa ter acesso, um dia àquelas fotografias e…como eu, sorrir, rir…recordar!
O Gonçalo, como várias vezes escrevo, é uma criança especialmente doce e, pai babado J, tem uma imagem linda mas, sem prescindir, quando era bebé era um daqueles bebés que apetece apertar contra o peito e encher de beijos. Lindo! O meu pequeno Gonçalo.
Quero que um dia ele repita comigo a sessão de fotografias que, ainda o ano passado, antes da partida para Angola fizemos, os três, eu, o meu filho e a minha actual e para sempre companheira de vida. Quero rir às gargalhadas com o meu filho das minhas figuras de pai babado e das fitinhas dele nas fotos. Adorava partilhar algumas fotos mas, por uma questão de cautela só coloco no blog fotografias do Gonçalo tratadas de forma a não pôr em causa o direito à imagem e intimidade da vida privada do meu filho.
Deliciei-me a recordar cada minuto desde o dia em que ele nasceu!
Adoro-te filho! És, foste e vais ser para sempre especialmente lindo para nós.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Esquisito!

Hoje, quando cheguei à escola onde dou aulas tive uma estranha surpresa! No placar informativo estava o nome completo do meu filho com a informação de que eu deveria deslocar-me aos serviços administrativos. Esquisito!
Como devem imaginar corri e fui surpreendido com a seguinte informação: Alguém, não sei quem, terá solicitado aos serviços centrais da ADSE uma segunda via do cartão do Gonçalo e bem assim como da declaração para benefício no estrangeiro! Estranho, muito estranho! Ora, eu, beneficiário da ADSE, não pedi a segunda via de cartão algum e, pelo que soube apenas eu o poderia fazer! Já tentei contactar a mãe do meu filho mas, como sempre o telefone está desligado. É evidente que agora lhe quero entregar este documento até porque, estou muito preocupado…estará o Gonçalo bem de saúde? Para onde mando este cartão?
Esquisito e…preocupante!
Para o bem de todos…que o meu filho esteja bem! Entretanto aqui fica, publicamente manifestada a informação: o cartão do menino está comigo, aguardo contacto.

...um passo atrás!

Não são poucas as vezes em que as pessoas, principalmente os meus familiares tentam poupar-me a uma ou outra novidade que, segundo eles me poderá magoar, entristecer ou angustiar. Este final de semana, durante o jantar de aniversário da minha mãe soube, por ela novidades do meu filho. Novidades!? Bom, talvez não lhes possa chamar “novidade” mas antes “novas” do meu pequeno Gonçalo.
Eu, como sabem, por mais que tente estabelecer um contacto telefónico não consigo! Permanentemente o número de que disponho está desligado ou sem rede e, muitas vezes, apesar do sinal de chamada ninguém me atende. Não entendo porquê mas, nos últimos meses aprendi que o ser humano actua muitas vezes de forma racional o que, como é evidente impede outros de o entenderem. Assim tem vindo a acontecer no que concerne ao cumprimento do regime de visitas estabelecido para mim e para o meu filho.
Apesar de impossibilitado de estabelecer contactos para Angola, os meus pais, algumas das vezes que tentam conseguem falar com o neto. Estávamos muito mais satisfeitos porque, nos últimos contactos o Gonçalo atendia ele próprio as chamadas e falava, aparentemente à vontade. Num destes contactos chegou mesmo a manifestar as saudades da família, dos amigos, do país! Não obstante, não foi assim no último telefonema que aconteceu no inicio da semana passada e, do qual eu só tomei conhecimento numa das noites deste último fim-de-semana. É verdade! Para grande terror dos meus pais e minha profunda tristeza voltaram os telefonemas sobre pressão! Isto é, os telefonemas em que o Gonçalo se limita a dizer “eh, uh, sim, não!” e, de lado conseguimos ouvir as instruções de alguém a manipular a conversa. Desta vez a minha mãe não aguentou e perguntou quem estava ao lado do Gonçalo. O meu filho respondeu e, a minha mãe, invocando a qualidade de avó disse ao Gonçalo o quanto estávamos a sofrer pela ausência dele aqui, o quanto eu o amava e lutava por ele. A minha mãe conseguiu dizer ao Gonçalo que ele tinha sido levado para tão longe de nós mas que, todos os dias pensávamos nele, todos os dias lutávamos para o voltar a ver. Disse-lhe ainda, “Filho, a avó pode nunca mais voltar a ver-te mas, nunca te esqueças: aqui és mesmo muito querido, amado…e nunca, mas nunca te vamos esquecer.”. E esta é a verdade! Todos os dias lutamos pela presença do Gonçalo, todos os dias analisamos e estudamos a melhor forma de voltar a ter aqui o nosso menino. Nunca, mas nunca ele será esquecido. Nunca o lugar dele poderá ser preenchido. E, sinceramente, eu sinto, eu acredito que nada poderá impedir o regresso do Gonçalo a Portugal!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Razão de um blog...


A razão porque dei inicio a este blog, como facilmente decorre da primeira mensagem que aqui escrevi, foi para recolher a opinião de outras pessoas e fazer com que me ouvissem. Talvez, naquela altura eu também acreditasse que, através do blog poderia chegar à consciência e razão de quem decide!
Hoje, ao olhar para trás, ao recordar os meses que já se passaram desde que, pela primeira vez aqui escrevi, verifiquei que a razão se mantém embora com o acrescento do dar e receber.
Este blog onde, habitualmente descrevo os bons momentos, partilho emoções, desabafo angústias e tristezas subsiste e faz-me sentir vivo e forte. Tantas vezes ligo o meu computador, escrevo o endereço desta página e sinto que cada gesto me parece difícil mas, nessas vezes, quando entro na página e leio as mensagens que me deixam já me levanto com forças e carregado de motivação. Recebo de pessoas que não conheço pessoalmente uma força que me faz acreditar e, ao ler sobre a vida dessas pessoas encho-me de alegria e esperança.
O Gonçalo foi um filho que desejei ver nascer. Foi fruto de algo que eu, naquele tempo acreditava ser amor. De uma forma ou de outra o Gonçalo será, para sempre o meu filho e este é um facto que nada, nem ninguém poderá alterar.
A razão deste blog é o imenso amor que sinto pelo meu filho, a imensa saudade que tenho do sorriso dele, a grande tristeza que é não o ouvir, não o abraçar mas, acima de tudo a razão deste blog é a grande certeza de que o vou ter, em breve, muito em breve perto de mim e, com ele viver, verdadeiramente em família!
'Adoro a ti' [MAM.GA.MMA/JA.SMA]

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Um mês de aniversários!


O mês de Setembro é um mês de aniversários! Nos dias 10 e 19 fazem anos, respectivamente a minha sogra e a minha mãe e nos dias 17 e 18 fazem anos as afilhadas da Xaninha. Por isso, claro está, é um mês especialmente alegre e festivo. Hoje, a caminho da escola onde dou aulas lembrei-me deste mesmo período no ano passado. O ano passado o meu filho Gonçalo passou connosco o fim de semana de 8 e 9 de Setembro, i.e., estavamos juntos na véspera do aniversário da Létinha, minha sogra. A Xana, como sempre estava ansiosa a preparar a festinha e, apesar dos nossos cuidados para não deixar desconsolado o Gonçalo ele percebeu que alguém faria anos! Nunca me vou esquecer, pediu-me para estár presente na festa! O Gonçalo adora festas. É curioso, relativamente a isso tem uma grande parecença com a Xana. Infelizmente, como calculam não foi possível assegurar a presença do menino no dia 10 de Setembro de 2007 como, evidentemente, não foi possível assegurar a presença no dia 19 de Setembro do mesmo ano. Ainda assim, tendo "faltado" ao aniversário da minha sogra, a minha mãe festejou o aniversário dela no dia 21 para contar com a presença de todos. Ainda me lembro da escolha do presente! Fomos buscar o Gonçalo a casa da mãe e, de seguida fomos ao shopping comprar o presente da avó para ele oferecer. Depois de muito observar e muito escolher acabou por se decidir por uma vela. Saudade! Saudade daquele tempo, daquele dia, daquele momento!

Hoje, dia 17 de Setembro é dia de aniversário da Inês e do Diogo. Para a Inês, afilhada mais nova da Xaninha, um grande beijinho de parabéns. Para o Di, filhote da nossa amiga Filipa (voandopelavida.blogspot) um grande abraço de parabéns!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Constituição da República Portuguesa

Por certo todos já ouviram falar na Constituição da República Portuguesa como sendo a lei fundamental do país. Ontem, enquanto pensava no meu filho Gonçalo fiz algumas pesquisas para analisar o que, sobre esta matéria se diz na Constituição. Pois bem, do artigo 36, número 5 resulta que «Os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos» e, continua o número 6, «Os filhos não podem ser separados dos pais, salvo quando estes não cumpram os seus deveres fundamentais para com eles e sempre mediante decisão judicial.»! Ora, depois de ler este preceito constitucional, ainda me sinto mais baralhado. Sendo certo que sempre cumpri os meus deveres fundamentais para com o Gonçalo e nunca, por hipótese alguma os pus em causa, por que razão se admite separar o meu filho de mim durante mais de dez meses? Bem sei que o Juiz, quando autorizou a partida do Gonçalo para Angola o fez mediante um acordo entre os progenitores (acordo a que me senti forçado, como sabem) e, na certeza de que o meu filho viria a Portugal, pelo menos duas vezes por ano. Como sabem, por razões unicamente imputáveis à mãe do Gonçalo, não o vejo desde o dia 21 de Outubro de 2007. Em Fevereiro de 2008, há mais de 6 meses, face à ausência de notícias fui a Tribunal denunciar os incumprimentos da mãe do meu filho, i.e., fui dizer que o menino não tinha vindo passar o Natal a Portugal e que eu não o conseguia contactar. Fui a Tribunal pedir, quase implorar por notícias do meu filho menor, notícias sobre a sua saúde, educação, enfim...notícias de alguém que amo e sobre o qual nada sei. Passaram mais de 6 meses! Há mais de dois meses que a mãe do Gonçalo faltou à conferência de pais marcada e...até agora, nada! Nenhuma decisão. Nenhuma diligência!
«A identidade pessoal inclui os vínculos de filiação. Existe um direito fundamental ao conhecimento e reconhecimento da paternidade e da maternidade» - Assim escreveram Jorge Miranda e Rui Medeiros em anotação ao artigo 26 da CRP, in "Constituição Portuguesa Anotada - Tomo I", pág. 285, Coimbra, 2005. E eu repito: estou cada vez mais baralhado, perdido e sem perceber o que me resta para defender um direito que, pelos vistos até colhe defesa na Constituição!
Olho para a lei fundamental do país e vejo que me defende. A Constituição da República Portuguesa impõe-se a favor da não separação de pais e filhos. Sendo certo que inexiste qualquer circunstância que leve o Estado a separar-me do Gonçalo, o que falta para que se faça Justiça, para que se reponha a legalidade?
Não parei as minhas pesquisas. Como sabem, nada me fará desistir. Vi e li muito. Continuo a ler. Não estou disposto a aguardar parado, sem agir. Em breve, uma vez promulgada e publicada a nova lei sobre o divórcio poderei, segundo vi actuar junto dos juízos criminais prosseguindo com queixa crime. Para além disto, ainda me resta diligenciar buscando o que se diz no diploma sobre a Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado. Parado não fico! Desistir? NUNCA. Filho, continuo aqui e vou esperar a lutar.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Blogagem colectiva: Justiça para Flávia!

Em solidariedade com Flávia e com a sua corajosa mãe, juntamo-nos neste dia à blogagem colectiva. Abaixo se transcreve um dos textos da mãe de Flávia que é, sem dúvida um exemplo de coragem e determinação. Força! Estamos aqui. Um forte abraço
Blogagem Colectiva para Flávia em 9/Set/2008
«O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é um dos órgãos máximos do Poder Judiciário do Brasil. Sua função primordial é zelar pela uniformidade de interpretações da legislação federal brasileira. O STJ também é chamado de "Tribunal da Cidadania", por sua origem na "Constituição Cidadã". É de responsabilidade do STJ julgar, em última instância, todas as matérias infra-constitucionais não-especializadas, que escapem à Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar, e não tratadas na Constituição Federal, como o julgamento de questões que se referem à aplicação de lei federal ou de divergência de interpretação jurisprudencial. Na primeira hipótese, o Tribunal conhece do recurso caso um Tribunal inferior tenha negado aplicação de artigo de lei federal. Na segunda hipótese, o Superior Tribunal de Justiça atua na uniformização da interpretação das decisões dos Tribunais inferiores; ou seja, constatando-se que a interpretação da lei federal de um Tribunal inferior (por exemplo, Tribunal de Justiça de São Paulo) é divergente de outro Tribunal (por exemplo, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ou do próprio Superior Tribunal de Justiça), o STJ pode conhecer da questão e unificar a interpretação finalmente.
É nesse prédio, no Superior Tribunal de Justiça, em Brasíilia, que o processo de Flavia se encontra, depois de ter estado na lenta e burocrática justiça paulista, por quase 10 anos. Detalhes desta batalha judicial podem ser conhecidos nos posts anteriores deste blog.
Segundo informação de meu advogado, Dr. José Rubens Machado de Campos, este é o atual status do processo de Flavia:
“O processo de Flavia foi distribuído. REsp nº 1.081.432-SP, Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS, do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. No dia 29 de agosto p.p., o Ministro determinou a ida do processo ao Ministério Público Federal para parecer quanto ao cabimento e provimento de nossa inconformidade, o que é absolutamente regular, em razão da menoridade de Flavia à época e da interdição subsequente."
A título de esclarecimento:
O edifício do Palácio do Congresso Nacional foi escolhido para o selo da blogagem coletiva *Justiça para Flavia* por ser considerado o Cartão-postal de Brasília, projectado pelo arquitecto Oscar Niemeyer.
Créditos:
O desenho do prédio do Superior Tribunal de Justiça, é do autor do blog
Adesenhar, de Portugal, e o texto logo abaixo do desenho, resultado de um trabalho de pesquisa do mesmo autor. Outras informações sobre Brasilia, inclusive do prédio do Supremo Tribunal Federal, poderão ser vistas, num show de talento na arte de desenhar, AQUI.
Adesenhar, muito obrigada por, assim como outros amigos portugueses, estender tua mão para mim e Flavia mesmo havendo um mar a nos separar.
Esperemos que lá em Brasília, os ministros atentem para a culpa, devidamente comprovada dos réus:
JACUZZI DO BRASIL, COND. JARDIM DA JURITI e AGF BRASIL SEGUROS.
Logo abaixo deste post estarei linkando os blogs que estão participando da Blogagem Coletiva JUSTIÇA PARA FLAVIA. Os comentários devem ser feitos neste post.
MUITO OBRIGADA A TODOS PELA SOLIDARIEDADE DEMONSTRADA.»

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Sinto-me motivado!

Gostava eu de compreender o que motiva cada um de nós. Quanto a mim, apesar da angústia e da incerteza no que se refere ao meu filho, sinto-me motivado pelo quanto o amo, pelo quanto amo a pessoa com quem casei, pelo quanto amo os meus pais, os meus sogros. O que me motiva são as pessoas que admiro, é o conseguir vê-los sorrir. Motiva-me o corresponder às expectativas de todos quantos gostam de mim, de todos quantos me ouvem, e me cuidam em cada momento. Motiva-me pensar nos objectivos pessoais e profissionais que esbocei. Por tudo isto, acordo todos os dias com imensas coisas para fazer, estou constantemente a pensar na melhor maneira de alcançar cada um dos objectivos traçados. Objectivos individuais mas também de grupo, seja o grupo que é a minha família, sejam os grupos profissionais.
Sinto-me motivado para continuar a viver, para continuar a ser feliz. Por tudo isto, porque ao meu lado tenho pessoas de bem, que me mimam, que me acarinham, que lutam comigo e por mim, por tudo isto sou feliz!
Gonçalo, filho, aqui permanece o teu espaço físico e emocional. Nunca te vamos esquecer, nunca deixaremos de procurar uma forma de te proteger e voltar a ter junto de nós.
Lamento, uma vez mais as mensagens anónimas e insultuosas que não conseguem "beliscar" a minha determinação.
Um abraço a todos
Obrigado!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Onze meses...

No próximo dia 21 de Setembro fará onze meses desde que não vejo o meu filho Gonçalo!
Estou exausto e completamente desacreditado. Choco-me com a ausência de uma decisão e com a aparente calma de todos os restantes intervenientes.
Finalmente compreendi os pais que, em cenários idênticos a este acabam por desistir e ficar, eles próprios parados, à espera que, um dia, quem sabe, os filhos os procurem! Não serei assim!
Estou desgastado, cansado de procurar uma solução justa e equitativa mas, por mim e pelo meu filho, pela nossa família, não desistirei até que sinta estarem assegurados os nossos direitos e, sem prescindir, os nossos deveres.
Sinto imensas saudades do meu filhote. Há dias em que acordo e tremo ao imaginar que nos podemos esquecer um do outro mas, basta-me fechar os olhos para, de imediato me recordar de todos e de cada momento. Nunca vou esquecer um só pormenor do Gonçalo e, por mais que o mundo conspire contra, nunca o Gonçalo me esquecerá. Não me esquece nem a mim e nem a esta família que tanto o adora.
Por aqui continuamos a viver sem desistir de nada. Todos os dias pensamos no Gonçalo, conversamos sobre a forma de proceder, preparámos o dia em que ele vai voltar de Angola, mas, naturalmente, de uma forma racional, continuamos a viver!
Escrever neste blog, ler as mensagens que me deixam, acompanhar outras vidas, tem sido, confesso, um grande alento.
Às vezes fico sentado em frente ao computador com imensa vontade de escrever, de contar as minhas coisas, de dizer como temos sofrido com a ausência do meu filho. Às vezes tenho vontade de gritar, de vos contar como me sinto vítima de uma injustiça. Às vezes tenho medo…
Ultimamente não sinto raiva, não sinto mágoa. Ultimamente só penso no dia em que o meu filho vai voltar a viver, usufruindo da companhia de todos os que o amam.
Continuo sem conseguir contactar o Gonçalo. Notícias: zero! Como sempre, para não variar. Aguardo pela justiça divina.
Sei que o irmão mais novo do meu filho voltou a Portugal na companhia dos avós paternos. Isto é, permanece longe dos pais…
Um forte e sincero abraço a todos os que me acreditam e me acompanham. Obrigado pela força. Bem hajam